Arquivo do dia: janeiro 21, 2011

Foi assim….-VII-

Puerto Madero on the Rio Plata, Buenos Aires, Argentina

O novo começo
O fato é que de abril de 1964 até o último trimestre de 1965, fiz o que podia e o que não podia para salvar gente, organizações populares e a esperança de todos eles. O problema era que o Golpe tinha liberado a luta interna no Partido. A pressão era tão forte que o CC resolveu convocar a realização do Congresso do Partido e abrir a “Tribuna de Debates” para  discutir as teses para o VI Congresso. Duas fortes tendências já se manifestavam tentando o domínio completo da organização. Uma, defensora da transição pacífica; outra, claramente defensora da luta armada, por sinal vitoriosa em São Paulo, com a aliança entre o Marighela e o Joaquim Câmara.
Enquanto a primeira tendência, sob a liderança de Prestes e Giocondo Dias, conseguia manter certa unidade e coerência nas propostas de ação política, como a participação nos processos eleitorais estaduais. A outra, dividida entre várias lideranças e personalidades impositivas, como
Carlos Marighela, Mário Alves e Jacob Gorender, tinha dificuldades para unir as propostas e formas de organização. Assim, grupos, dissidências e correntes foram se constituindo a partir de estranhas cobranças de lealdades ideológicas. É, pois, dessa divisão teórica e quase personalista que irão se criar as inúmeras organizações políticas – Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), Ação Libertadora Nacional (ALN), Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Vanguarda Armada Revolucionária (VAR-Palmares), Movimento Nacionalista Revolucionário-MNR – foram algumas das mais importantes que surgiram naquele período. É evidente que muitos erros e equívocos foram cometidos, mas, uma certeza é inconteste, seus dirigentes, quadros e militantes tiveram a coragem e a generosidade de lutar em defesa da população brasileira e do futuro do país.

LuisCarlosPrestes giocondodias carlosmarighela marioalves jacobgorender
O mais importante é que essa divisão há muito se avizinhava, pois, significava um rompimento político com as linhas que desde 1922 determinavam a prática dos comunistas brasileiros. Uma prática em que o estudo da realidade nacional não tinha como base o que havia de concreto e nem os objetivos processos históricos de nossa formação como país. Era algo que cheirava o respeito medieval ao magister dixit e cheio de manuais para quase tudo. Até a filosofia, que exige inexistirem peias para o seu  exercício como fator fundamental para a liberdade humana, principalmente, se não é idealista, estava retida em cânones e normas partidárias, com a mesma força executiva e normativa de uma bula papal.
Assim, naquele debate sobre o caminho pacífico ou não do processo revolucionário brasileiro, mais do que a disputa entre a linha chinesa e a linha soviética, sem que nós soubéssemos ou sentíssimos, estávamos dando vazão ao que hoje podemos chamar de Socialismo do Século XXI, em que a construção dos novos rumos não tem modelo e nem regras, mas, tem a vontade popular como base. O mais grave é que na maioria das vezes, esse comportamento representava a aliança entre a preguiça de estudar e a transformação das rotinas orgânicas em modelos de ação política. Um exemplo era a aplicação da autocrítica, jamais compreendido como um instrumento para a autocorreção individual e coletiva, mas algo que se aproximava das práticas da mea culpa, mea maxima culpa ou um ato de contrição, nós, os indíviduos, sempre podíamos errar, o Partido jamais, como se o Partido não fosse um constructo humano.
Desse modo, os primeiros grandes movimentos de fracionamento político do PCB, além do que já tinha sido apresentado com a tese do SEMS-Seminário dos Estudantes do Mundo Subdesenvolvido, em Salvador, Bahia, junho de 1963, que abertamente pregava a luta de libertação nacional como a principal tarefa política para os povos subdesenvolvidos,  vão se processar durante o Congresso da UNE em Santo André, julho de 1963, Congresso que elegeu o José Serra e cinco diretores do PCB, quando grupos e mais grupos estavam debatendo as teses chinesas de forma ostensiva e aberta. Era uma tomada de posição bem sintomática, ainda que a UNE tivesse aprovado uma agenda de luta em prol das Reformas de Base, aquelas reuniões indicavam que parcela da liderança universitária começava a pensar de outro modo, sem que  significasse uma opção prática pela luta armada. Estava mais para uma tomada de consciência e aprofundamento crítico sobre algumas caras teses da esquerda clássica brasileira, como o semifeudalismo ou précapitalismo do meio rural brasileiro. Uma tese que tinha sido contestada com vigor e muita clareza por André Gunder-Frank, quando esteve por aqui, principalmente a partir de suas palestras na Universidade de Brasília. Teses que depois foram transformadas em livro. Essas teses, embora tenham sido apresentadas com o rigor científifico e a criatividade política que Gunder Frank lhes deu, na realidade podem ser vistas como a síntese de tudo aquilo que incomodava e fazia pensar setores brasileiros como os teóricos do ISEB e de alguns países latino-americanos.

andregunderfrank
No meu caso a questão se mostrava cada vez mais complexa, pois, com a ida do Marcos Jaimovich – meu companheiro na Secção Juvenil – para o exílio e certa desorganização política interna, além da hostilidade que sofria por parte de alguns dirigentes, que sabiam do meu modo de pensar, fora as assistências (assessorias), quase não tinha como discutir a situação política. Um quadro que só não era pior por ser jornalista e ter uma boa rede de informação. Era ruim, mas tinha que seguir em frente, pois, sem que eu tivesse notado as minhas responsabilidades aumentaram de forma assustadora. Era um quadro maluco, pois, tal qual um esquizofrênico, tinha que ser alegre e otimista para todos, além de ter que manter a minha família completamente fora de tudo.  Eles, os meus pais e irmãos, apenas desconfiavam de que ainda mantinha atividades políticas, porém eu sentia que eles tinham muito medo. Eles sabiam que eu continuava trabalhando no “Correio da Manhã” e no que restava de a “Última Hora”. O medo que eles sentiam, era um medo que começava a fazer parte de muitas famílias e do nosso cotidiano. Era bem estranha aquela sensação de provisoriedade daquela vida. Mesmo quando conseguia ficar emocionado e empolgado com as minhas falas sobre o futuro, havia o gosto amargo daquela sensação. Entretanto, talvez por causa disso tudo, dessas mesmas coisas que me deprimiam e entristeciam, maior era o meu empenho.

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Um empenho que me levou a tentar uma reestruturação da UNE. Um projeto que foi parcialmente bem sucedido e que só veio a ser destruído em 1968. Embora o prédio da UNE estivesse ocupado pela repressão e depois por uma escola superior de teatro (Conservatório Nacional de Teatro), o grosso do movimento universitário estava quase intacto em termos de liderança. Assim, após uma série de reuniões na Secção Juvenil e no CC, decidiu-se pela reestruturação da entidade. Não havia a UNE, mas havia a União Metropolitana dos Estudantes-UME e vários diretórios funcionando normalmente. Montou-se uma “fração” com estudantes da PUC e da Nacional de Medicina, sob a minha coordenação, com a finalidade de realizar um Conselho Extraordinário da entidade para se eleger uma diretoria provisória.
A UME na época estava nas mãos de alguns colegas que eram considerados quase de direita, mais por questões de políticas menores dos diretórios e da própria UME, que por características políticas. O presidente era Oziris Lopes Filho, o ex-Secretário da Receita Federal do Governo Itamar Franco, que apoiado por três hábeis articuladores políticos – Michel Mattar, Alberto Abissâmara e Lauro Camargo, conseguiu neutralizar a direita que atuava na entidade carioca através do Eduardo Vianna, o Caixa D’Água do futebol carioca e o Cacareco do movimento estudantil, e abrir caminho para a realização do Conselho Nacional Extraordinário, em 1965, que elegeu o Abissâmara como presidente até a realização do futuro Congresso da UNE. Foi muito interessante esse processo de negociação e formulação de uma agenda mínima de atividades capaz de ser a mais ampla possível e representativa da combatividade da UNE. Vários foram os Estados que participaram, inclusive os que já estavam sob o controle da Ditadura e que se manifestavam favoráveis à continuidade das ações da entidade. Foi assim que se tornou possível o surgimento de lideranças universitárias nacionais como o Luiz Travassos, o José Dirceu e muitos outros.

une1966
Como uma das mais importantes e principais tarefas que eu tinha era manter a organização do movimento universitário em pleno funcionamento, voltei a me envolver fisicamente com o setor. Até que foi bem interessante, pelo muito que aprendi em matéria de ilusões de classe, políticas e desprendimento pessoal na defesa de algo incapaz de ter sucesso naqueles tristes tempos – a legalidade democrática.
Dos companheiros, membros da “fração” da UME, guardei boas lembranças, principalmente de dois deles, dedicados e ultradisciplinados, ambos alunos da Engenharia da PUC, o Israel Beloch e o Sérgio Pearlberg, que me ajudaram a colar cartazes da UNE condenando  a envio de tropas brasileiras à República Dominicana. Tudo o que tínhamos era um fusca, dois pincéis, colas e os cartazes. Pregamos em todo o Centro do Rio, inclusive nas proximidades do DOPS. É claro que era uma bravata, mas, puxa vida, como nos fez bem.  Hoje, parafraseando Y-Juca-Pirama, também posso dizer: “meninos, eu vi. Meninos, eu fiz”.                                         
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Tudo começou a mudar quando fui obrigado a buscar apoio no Partido da antiga e famosa Faculdade Nacional de Filosofia (FêNêFi) para realizar parte das minhas tarefas. Com o tempo, além dos dirigentes da base, também conversava com todos os estudantes de lá. De início foi um pouco trabalhoso romper a desconfiança com que me viam, pois, gostando ou não, eu representava o poder central do Partido e a FNFi era um reduto das oposições internas.
Outras e outros me aceitavam por compreenderem que eu não tinha alternativa diferente e saberem que eu discordava da linha geral seguida pelo Partido há muito tempo e isso por escrito em documentos e teses de conferências estaduais e nacionais. Ou seja, mantive a mesma linha defendida na Tese da UNE para o SEMS. Desse modo, como era necessário que tivéssemos reuniões para discutir o que fazer e como a repressão estava cada vez mais atenta e ativa, fazíamos os nossos debates e reuniões na praia de Ipanema, na época pouco freqüentada, ao som dos Beattles e Roberto Carlos. O resultado é que terminei por gostar da música dos Beattles e do Roberto Carlos.
Esse período, ainda que vivesse num torvelinho de emoções, em que até os mais insuspeitos membros do partido se mostravam com ânimo guerreiro e por causa disso sempre tivesse que estar em reuniões, foi altamente didático, não pelo que foi feito, mas, principalmente, pelo que não foi feito. Uma das mais interessantes características daquela fase, foi a negação da experiência nacional como válida para nortear critérios organizativos e determinar o que fazer. Não, como havia a fantasia de que o que se conhecia como forma de organização política era produto do “reformismo” e do “revisonismo” da Europa Oriental, era preciso inovar tudo. Um fenômeno que afetou até quadros com ótima qualificação teórica e prática, como os saudosos amigos e companheiros Yvens Marchetti Lima, o André Solti, o Paulo Lobo e o Linclon Bicalho.
Essa urgência na inovação, mais do que uma proposta política, era uma sentida emoção. Um sentimento de, como se dizia na época, “serem sujeitos, não objetos da História”. Custei a compreender que aquilo, mesmo que fosse honroso e bonito, era um grande equívoco, não porque representasse uma das mais claras manifestações “ideológicas” pequeno-burguesas dentro do partido, mas, a contra-ofensiva ideológica imperialista. Uma contra-ofensiva tão virulenta que paralisou o pensar político,  deixando-nos apenas com a opção de ragir como pudéssemos ao que se estava construindo no mundo, que era a hegemonia do sistema capitalista em termos globais e imperiais. Ora, ante esse processo planetário de ações político-militares do império, em que absorvia e se assenhoreava das lutas, das  palavras-de-ordem anticapitalistas e antibelicistas como modismos e fortalecimento de um ideário individualista em termos quase neoliberais, o esquerdismo foi tão rápido quanto fogo morro acima e água morro abaixo, que só foi sentido quando há muito estava em movimento. Enfim, de reunião em reunião, de debate em debate, mais algumas questões concretas, nem notei o que se passava no meu entorno.
O interessante é que no meio daquela confusão política, gostando ou não uma realidade começava a se impor, como não tínhamos a menor possibilidade de um contra-golpe militar e ainda havia a ilusão sobre o respeito à legalidade democrática de algumas forças políticas brasileiras, decidiu-se pela luta por algumas candidaturas aos governos estaduais. No Rio, inciamos com a postulação em nome do General Lott e com a impossibilidade de seu nome, optou-se pelo o embaixador Negrão de Lima, velha raposa do PSD mineiro. Uma decisão que se demonstrou acertada em termos eleitorais, mas de pouco significado político para os setores que já se pronunciavam contra qualquer participação em processos eleitorais enquanto durasse a ditadura. Uma ditadura que ainda titubeava em se assumir e agir como tal em toda plenitude.   
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Essa campanha, foi a minha última grande participação política na Guanabara. Uma participação à revelia da cúpula regional, que teve que me aceitar como um dos coordenadores da Campanha do Negrão, junto com Roland Corbisier e o jornalista Paulo Silveira, do Correio da Manhã. O irônico é que fui escolhido para ser um dos coordenadores como representante do PTB, por determinação da deputada federal Yvette Vargas, que bloqueava dessa maneira uma série de manobras que o Comitê Regional pretendia realizar em aliança com outros segmentos do PTB carioca. Foi, no mínimo, uma situação bem esdruxula, pois, como era muito leal e disciplinado, tudo fiz para dar ao Partido o maior espaço possível naquele momento. Enquanto isso era hostilizado por alguns companheiros que estavam frustrados por não ocuparem a função por mim exercida. Só depois da posse do Negrão é que descobri os porquês de parte daquela hostilidade – era começo da corrida em busca de cargos e posições na administração da Guanabara.

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Tudo corria bem, tão bem que eu deveria ter desconfiado. A despeito da insistência de alguns amigos e companheiros para que eu rompesse com o Partido, continuava esperando que o bom senso chegasse à Direção Nacional, tanto que até escrevi uma tese que encaminhei para a publicação na “Tribuna de Debates”. Até hoje aguardo a sua publicação. Ao sentir que as divergências tinham atingido um grau tão alto que os quadros dirigentes eram censurados e cerceados em seus direitos ao livre debate, pedi desligamento.
Um dos resultados do meu desligamento foi ser colocado na lista negra do Partido. E assim, aos poucos, fui perdendo emprego por emprego, até ficar sem nenhum. Ninguém ousava me empregar, uns com medo da repressão militar, outros por receio das represálias do Partido. O stalinismo que todos tinham abjurado estava de volta e bem vivo. Assim, andei o Rio de cabo a rabo a procura de qualquer tipo de trabalho sem o menor sucesso. Como sabia que a repressão poderia mudar de rumo e perseguir a minha família, nada dizia e fazia tudo para ficar longe deles. Até que concluí que o único jeito de sobreviver era sair do país. O país escolhido foi a Argentina, principalmente pela proximidade com o Brasil e por ser bem mais desenvolvida em termos gráficos e de imprensa que o Brasil naquela época, acreditava que seria mais fácil arranjar um trabalho.
Para mim, que estava sem nenhuma perspectiva de trabalho e não aceitava viver na clandestinidade como um “profissional” de uma dessas novas organizações políticas, a situação estava desesperante. Sem dinheiro e sem trabalho passava horas e horas tentando procurar o que fazer, pois temia que a depressão e a tristeza me dominassem. Mesmo desesperado não me passava pela cabeça ser um “profissional” dessas organizações. Organizações em que o grau de amadorismo era tão forte quanto o entusiasmo desses novos partidos políticos. Enfim, a margem de segurança dessas novas organizações era bem reduzida e em alguns casos, como os fatos posteriores demonstraram, nenhuma.
Ir para o exílio era a alternativa mais lógica e sensata possível. No entanto, ainda havia alguns obstáculos a serem ultrapassados. Obstáculos objetivos e materiais que incluíam recursos financeiros para um mínimo de seis meses desempregado, um meio de transporte seguro e que me assegurasse chegada certa e sabida. Todos esses óbices foram removidos graças ao apoio e ajuda de inúmeros amigos, inclusive de direita e principalmente do inestimável empenho de um grande amigo, o na época cassado deputado federal da UDN do Pará, Clóvis Ferro Costa. Com os amigos de direita consegui ajuda para viajar sem temer nenhuma prisão ou seqüestro. Do Clóvis recebi ajuda financeira que, junto com que o meu pai tinha me dado, garantiria e minha estada sem problema algum por 18 meses, tempo mais do que suficiente para botar ordem em tudo, cabeça e vida.
Nem tive bota fora, pois, saí do carro de um amigo daquele meu primo diretamente para o avião. Naquele tempo o aeroporto internacional era o Galeão, também  base militar da FAB, assim, seria fácil e normal um carro militar correr pela pista e parar na porta de uma aeronave. Como eu  ia para a Argentina, não necessitava passaporte e assim tudo foi mais simples. Embora a questão trabalho, proximidade com o Brasil (família), tenham tido muita influência na minha decisão de ir para a Argentina, ir para o Chile estava fora de qualquer idéia, ainda que por lá estivessem diversos amigos e queridos companheiros. Porque, segundo se confirmou mais tarde, para cada grupo de 10 exilados políticos, havia um arrivista, um oportunista e um colaborador da Ditadura. Conviver com essa gente, do modo como estava, seria intolerável. Poucas vezes uma atitude preconceituosa minha produziu tão bons resultados, quanto essa de ir para a Argentina, digo melhor, para Buenos Aires. 
Era o dia 28 de junho de 1966. O dia em que o general Juan Carlos Ongania, “La Morsa”, católico da Opus Dei e ultradireita, derruba o governo constitucional do presidente Arturo Illia, um médico que estava realizando um excelente governo, só que incorreu em três erros básicos: a) dar liberdade política, eleitoral e de organização para os peronistas e comunistas; b) ampliar a participação nacional e do Estado na produção e comércio de petróleo e medicamentos, com a anulação de concessões e rígidos controles fiscais, de preços e da qualidade dos remédios vendidos no país; c) era adepto da autodeterminação dos povos, contra a Aliança para o Progresso e defensor de uma política internacional independente por parte da Argentina. Era muita ironia, sair duma ditadura militar e cair noutra. Entretanto, quando vi pela televisão a “sagração” de Juan Carlos Ongania como presidente argentino em nome do Espírito Santo, bem no meu âmago houve a certeza de que tudo daria certo para mim por lá. Juro que naquele momento do mais concreto realismo mágico, em que um Cardeal consagrava o poder ilegítimo, senti que estava no lugar certo como jornalista e político.

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